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Seguro: tecnologia personaliza ofertas
mercado - 03/09/2012
O cruzamento de informações que apontam o perfil de potenciais clientes e tornam possível criar produtos que se encaixam em suas demandas tem permitido às seguradoras redefinir suas ações com mais segurança e oferecer ao cliente pacotes adequados a suas necessidades.
Seguros de automóvel e saúde estão entre os mais procurados, segundo o professor de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP) Adolpho Walter Canton. “Esses dados são armazenados pela seguradoras. A partir dos resultados desse cruzamento, é possível direcionar os serviços”, explica. No caso dos automóveis, um dos fatores diretamente influenciados pela análise preditiva é o valor do prêmio, pago pelo segurado à empresa. “Para se chegar a esse valor, é preciso cruzar dados como o modelo e ano do veículo, a perspectiva de batidas e roubo e área onde esse veículo circula. A partir disso, é possível criar um pacote que esteja de acordo com o perfil do cliente”, afirma.
Em relação a seguros de saúde, Canton indica a necessidade de cruzar informações como idade e histórico de doenças e exames laboratoriais. O especialista em análise de dados e data mining (mineração de dados) destaca que a personalização dos serviços é beneficiada pela tecnologia. De acordo com Canton, as informações dos clientes ficam armazenados em extensos bancos de dados. “O que se faz é combinar modelos estatísticos e data mining. Analisando essas informações, é possível apostar em novas ações para a empresa”, diz. “Atualmente, praticamente todas as seguradoras utilizam algum tipo de tecnologia nessa área para planejar suas ações.”
Terceira idade e profissionais liberais
Foi com base no cruzamento de dados que a seguradora Confiança percebeu a necessidade de oferecer um serviço que presta apoio ao segurado em caso de acidentes pessoais. Segundo o diretor comercial da companhia de seguros, Jack Suslik, o projeto Confihelp, com base nessas pesquisas, surgiu voltado às demandas de idosos e pessoas com doenças crônicas, como mal de Alzheimer. “Identificamos a necessidade de criar um aparelho que funcionasse como botão de pânico e celular para emergências. Ele permite que o cliente aperte esse botão e entre em contato com uma central de atendimento em qualquer situação em que se sinta desconfortável. Criamos o produto pela identificação da necessidade. Nosso objetivo é levar para determinado público-alvo aquele produto de mais interesse”, afirma.
Já no Itaú, a tecnologia permitiu modificar ofertas com base no que os clientes buscavam. Hoje, a cartela de seguros do banco foi reformulada para oferecer proteção financeira em caso de afastamento de profissionais liberais. Dentro da área de seguro-viagem, o banco incorporou serviços como assistência à gestante. Na área de seguros residenciais, a preocupação dos clientes com a sustentabilidade foi o mote para a criação de serviços como a coleta residencial de eletroeletroeletrônicos e móveis quebrados ou sem uso, que serão levados para descarte ambientalmente correto. “O emprego dessa tecnologia beneficia não apenas a seguradora, mas também o cliente, que recebe uma oferta com base em suas necessidades”, diz Canton.
Fonte: portal terra