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Pesquisa indica que o futuro será feminino

estatística - 26/03/2018

Nos últimos 15 anos, a presença feminina na chefia de famílias brasileiras cresceu 105%, passando de 14,1 milhões, em 2001, para 28,9 milhões em 2015. Os dados fazem parte do estudo “Mulheres chefes de família no Brasil: avanços e desafios”, coordenado pela Escola Nacional de Seguros.

O trabalho foi apresentado em eventos homônimos realizados nos dias 22 e 23 de março, em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente. As palestras foram conduzidas pela diretora de Ensino Técnico da Escola, Maria Helena Monteiro, e por José Eustáquio Diniz, um dos demógrafos responsáveis pelo estudo.

O estudo foi desenvolvido a partir do cruzamento de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2001-2015), do IBGE. Nesse período, o total de famílias brasileiras comandadas por mulheres passou de 27,4% para 40,5%.

Para Maria Helena, o aumento da chefia feminina é uma tendência irreversível. “As mulheres estão ganhando espaço em todos os cenários, independente de região, faixa etária ou classe social”.

A pesquisa aponta que a expansão do comando das mulheres é mais acentuada nas famílias de núcleo duplo (casais com e sem filhos). Ao longo de 15 anos, o número de mulheres chefes passou de 1 milhão para 6,8 milhões, nos casais com filhos, um aumento de 551%.

Entre os casais sem filhos, o percentual de crescimento foi ainda maior: de 339 mil famílias para 3,1 milhões, uma expansão de 822%. “Se essas tendências continuarem, provavelmente em 15 anos as mulheres serão maioria como chefes de família. As estatísticas demonstram que o futuro será feminino”.

Jornada dupla

José Eustáquio Diniz destaca, que o Brasil passou por grandes transformações econômicas, sociais e demográficas nas últimas décadas, com diversificação da estrutura produtiva e a abertura de novas oportunidades de trabalho e de aumento dos níveis de escolaridade, especialmente para o sexo feminino.

Ele ressalta, no entanto, que a participação das mulheres no comando das famílias pode muitas vezes prejudicar o desenvolvimento profissional das mesmas, que ficam sobrecarregadas com as tarefas domésticas e demandas dos filhos. “Houve uma revolução incompleta. As mulheres entraram para o mercado de trabalho e para a vida pública, porém os homens não entraram para a vida doméstica na mesma proporção”.

De acordo com Maria Helena o trabalho doméstico não é quantificado e não é contabilizado pelo PIB, mas o tempo dispensado nessas tarefas seria equivalente a milhões na economia do País. “É uma economia oculta. Se as mulheres estivessem menos ocupadas com o trabalho doméstico e mais dedicadas a questões produtivas, o impacto na economia seria muito positivo”.

O estudo voltará a ser tema de debate em evento on-line, no dia 27 de março, às 16h. A participação é gratuita. O download do estudo completo está disponível no site da Escola, www.ens.edu.br, que também é o canal para inscrições no webinar.

Fonte: escola nacional de seguros