Mercado

Rossi propõe autorregulação

previdência - 24/01/2012

Criar condições para o desenvolvimento do microsseguro, aprovar o VGBL Saúde e manter o ritmo de crescimento da previdência privada aberta são principais projetos da FenaPrevi para 2012. Veja a entrevista do presidente da entidade, Marco Antonio Rossi.

O segmento de previdência cresce a taxas invejáveis. O que sustenta esse crescimento?

O sistema avançou em um cenário de estabilidade econômica, queda nos índices de desemprego e crescimento da massa salarial. As projeções indicam R$ 56 bilhões em contribuições em 2011, avanço de 21%. Nos últimos doze anos, o mercado de previdência privada aberta avançou a uma taxa média anual de 25%. Chegamos a 12 milhões de contratos de planos de previdência. Em 1999, o setor tinha apenas 3,4 milhões.

O aumento da classe C ajudou o setor?

Sim. Ajudou muito e continuará impulsionando as vendas por um bom tempo. Veja o tamanho da nossa classe C. Ela está gigantesca. Com a manutenção deste cenário de crescimento econômico, emprego e ganho real de salário temos condições de dobrar o número de participantes em cinco anos. Estamos desenvolvendo produtos adequados para esse público, com tíquete médio menor e treinando a força de vendas para deixar claro que previdência é um produto financeiro de longo prazo.

Quais são as frentes de atuação da FenaPrevi em 2012?

Temos objetivos macros, como desenhar iniciativas práticas e objetivas de instrumentos de autoregulamentação. Não temos a intenção de criar programas muito abrangentes, mas sim de adotar medidas práticas.

Pode dar um exemplo?

A portabilidade. As empresas do setor seguem investindo no sistema de portabilidade, o que não deixa de ser uma forma do mercado se auto-regular nas transações. Os simuladores de rendimentos futuros nos sites das empresas do setor também seriam uma segunda iniciativa. Pretendemos uniformizar os critérios utilizados por diversas empresas para que o candidato a investir em planos de previdência tenha uma noção mais clara sobre a vantagem fiscal e também sobre a vantagem de começar a poupar cedo. Quanto antes, menor o sacrifício de poupar e maior o volume de recursos no final do contrato.

O que podemos esperar do microsseguro?

Microsseguro foi o principal ganho do setor. Depois de muitas reuniões e discussões, o primeiro passo para a regulamentação foi dado em novembro, quando a Susep divulgou as normas, que agora precisam ser regulamentadas. Isso abriu caminhos para outros desafios de simplificação do setor.

Como assim?

Iniciativas de educação financeira, finanças pessoais. A Fenaprevi tem realizado várias reuniões com o objetivo de encontrar a forma mais produtiva de investir em educação financeira, seja dentro das escolas e em comunidades, em diversos níveis de atuação, da criança ao idoso.

O que mais está na pauta da FenaPrevi?

Avançar nos incentivos fiscais, ajustando as regras tributárias no seguro de pessoas. Também vamos trabalhar para incentivar mais discussões institucionais sobre o tema, com o objetivo de tornar a indústria de previdência mais conhecida pela população.

Qual a expectativa de crescimento para 2012?

Nossas projeções apontam para um crescimento no volume de contribuição de 20% e dobrar o número de participantes de planos nos próximos cinco anos. As pessoas têm consciência de que precisam poupar para o longo prazo e, para muitos, essa poupança é sagrada, o que faz com que o setor continue crescendo. Temos também um grande contingente de pessoas para conquistar com o aumento da classe C.

O desejo de consumo da classe C parece ser maior do que o de poupar, não acha?

Passada a onda de consumo, eles vão querer poupar para o futuro. A queda da taxa de juros cria um novo ambiente de remuneração do capital. Isso aumenta a preocupação das pessoas, ainda mais com o bônus da longevidade.

Como faço para otimizar meus recursos? Como posso proteger mais a minha família?

São questionamentos cada dia mais latentes na população e por isso o segmento de previdência tem muito a se desenvolver no Brasil.

Será preciso um grande investimento em comunicação para explicar previdência para quem nunca poupou…

Sim, sabemos disso. Por isso, investir na divulgação do produto e deixar claro que os planos de previdência tem incentivos fiscais para quem permanece no plano no longo prazo, está entre as prioridades da FenaPrevi e de todas as empresas do setor.

Uma das grandes preocupações das pessoas é com o gasto com saúde na melhor idade. Acredita que neste ano sai mesmo o VGBL Saúde, que há anos está na pauta da federação?

Estamos lutando por isso. As discussões estão bem adiantadas.

E em vida, teremos produtos novos?

Em vida, a FenaPrevi pretende discutir a criação e aprovação do Universal Life, um seguro de vida flexível, que permite o ajuste da apólice a qualquer momento. Há várias opções, com ou sem rendimento mínimo garantido e a valorização das reservas é obtida via aplicação em fundos de renda fixa, o que garante mais estabilidade de rendimento para o segurado.

Fonte: Viver Seguro