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Veja quais são as prioridades da CNSeg

evento - 14/03/2016

Consolidar e avançar foram as palavras-chaves recorrentes no discurso de posse do novo presidente da CNseg, Marcio Coriolano, cuja cerimônia ocorreu na Bahia, durante o 21º Encontro dos Líderes. “Consolidar ao máximo o passado e avançar na direção do que o futuro apresenta como possível”, afirmou Coriolano, recorrendo, em suas palavras, a um “duplo conceito adotado por pessoas prudentes quando assumem uma nova missão”. Entre os pontos a serem consolidados, Coriolano destacou o desenvolvimento de novos produtos e processos, sobretudo nas modalidades com maior potencial de crescimento; uma interlocução mais próxima do Judiciário; a ampliação dos debates sobre os temas de interesse do setor; a produção e distribuição de literatura especializada e material informativo sobre o setor; a qualificação e certificação de seus profissionais, e a promoção de conceitos de educação em seguro, em conjunto com iniciativas de educação financeira.

Já em relação aos avanços, destaque para o fortalecimento institucional da Susep; a promoção, em conjunto com a Fenacor, da figura do agente de seguro; a criação de novos níveis da Certificação Profissional da CNseg; a luta por um maior equilíbrio entre regulação assistencial e econômica na Saúde Suplementar, com a colaboração da FenaSaúde; o apoio à FenaPrevi na criação de produtos de Previdência combinados com Saúde Suplementar, como a PrevSaúde, além do Universal Life; o aperfeiçoamento, em conjunto com a FenSeg, dos seguros obrigatórios de veículos; a atuação, ao lado da FenaCap, nas campanhas de esclarecimento sobre a função social da Capitalização; e o apoio à criação de um polo de resseguro no Rio de Janeiro.

Apesar do expressivo crescimento do mercado - que em 2015 movimentou recursos na ordem de R$ 364 bilhões, número duas vezes maior, por exemplo, que o da indústria automobilística - Coriolano reconheceu que “vários ramos do setor passaram a sentir os impactos do ambiente macroeconômico” adverso. Em resposta, ele disse que “é tempo de trabalhar ainda mais arduamente”, renovando a crença na retomada do desenvolvimento do País, tendo o setor como mola propulsora. Nesse sentido, ele afirmou ser fundamental o fortalecimento de parcerias com os órgãos reguladores, com Legislativo e Judiciário, com entidades de defesa dos consumidores, veículos de comunicação e corretores de seguro.


Veja, abaixo, o discurso de posse Márcio Coriolano, na íntegra:

Senhoras e senhores,

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que, para mim, tomar posse na presidência da CNseg é uma enorme honra, por suceder a profissionais e líderes do quilate de Jayme Brasil Garfinkel, Marco Antonio Rossi, Jorge Hilário Gouvêa Vieira e João Elísio Ferraz de Campos, apenas para
mencionar os quatro últimos dirigentes.
Destaco, sobretudo, com a saudade e a reverência que lhe são devidas, a memória de nosso inesquecível Marco Antonio Rossi, cujas virtudes como cidadão e dirigente pude conhecer de perto, ao longo de um convívio de muitos anos, no grupo Bradesco de Seguros, e na própria CNseg.
Sucedê-los é, a meu ver, um imenso desafio.
Diante das dimensões e da relevância desse desafio que se apresenta, recorro a um duplo conceito adotado por pessoas prudentes quando assumem uma nova missão: consolidar o máximo o passado e avançar na direção do que o futuro apresenta como possível.
Nesse sentido, no cotidiano do próximo triênio, estejam certos de que a confederação caminhará sempre em direção ao fortalecimento do modelo de representação institucional do mercado, por meio das quatro federações integrantes: a de Seguros Gerais, a de Previdência Privada e Vida, a
de Saúde Suplementar e a de Capitalização.
Regionalmente, a atuação dos sindicatos faz chegar a todo o território nacional as políticas e ações da confederação e das quatro federações.
Esse modelo se complementa e se harmoniza na coordenação estratégica exercida pela CNseg.
Unem-se, portanto, as vantagens da especialização temática e regional, com ganhos de sinergia. Ao longo de minha trajetória profissional, sempre acreditei no processo de construção coletiva.
Dessa forma, pretendo fazer jus à dinâmica de trabalho que experimentamos nos últimos anos na FenaSaúde, e também no convívio como vice-presidente da CNseg.
Digo que sou apenas caudatário de uma estirpe de pessoas que dedicaram e ainda dedicam parte de suas vidas para o interesse comum.
Assim, não poderia deixar de agradecer, antecipadamente, o empenho e parceria dos meus colegas de diretoria que, hoje, assumem comigo o compromisso de trabalhar para que o nosso mandato produza importantes legados para os mercados representados pela CNseg.
Concretamente, juntos, pretendemos consolidar as conquistas do passado recente, dentre as quais posso mencionar:
o desenvolvimento de produtos e simplificação de contratos e procedimentos operacionais, especialmente naqueles segmentos e modalidades que apresentam um maior potencial de crescimento, a exemplo dos seguros populares; a defesa dos legítimos interesses do setor, em qualquer instância, notadamente junto ao poder Judiciário, por meio da interlocução permanente e adequadas medidas processuais; a ampla divulgação de informações e debates de temas de interesse do setor, por meio da realização de seminários técnicos, congressos e outros eventos, internos e externos; a produção, edição e distribuição de literatura especializada, de conteúdo técnico e jurídico, além de material informativo, por meio das diversas mídias, impressas e digitais; a qualificação e certificação de profissionais dos quadros técnicos das empresas do Mercado Segurador;
a promoção e difusão massiva dos conceitos de “educação do seguro” em conjunto com as iniciativas de educação financeira, por meio de parcerias com outras entidades do mercado, o poder público e a Escola Nacional de Seguros; No que concerne aos avanços em novos projetos, e outros já em curso, tencionamos deliberar com o conselho diretor uma agenda de trabalho, da qual poderão constar, entre outros, os
seguintes temas: o apoio do mercado segurador ao fortalecimento institucional da Susep. Tomando como modelo órgãos de estrutura organizacional mais aperfeiçoada e protegida, a exemplo da comissão de valores mobiliários; a promoção, em conjunto com a Fenacor, da figura do agente de seguros; a implantação, com o suporte da Escola Nacional de Seguros, de novos estágios da Certificação Profissional, instituindo exame para níveis superiores e incentivando as empresas a valorizar os colaboradores titulados com essas certificações; a colaboração constante com a FenaSaúde nos esforços junto à ANS e outros órgãos governamentais, para avançar no melhor equilíbrio entre regulação assistencial e econômica, visando a sustentabilidade da Saúde Suplementar; o apoio à FenaPrevi para a criação de novos produtos, nos ramos de previdência combinada com saúde (Prevsaúde) e de vida individual - conhecido como Universal Life; o aperfeiçoamento, em conjunto com a FenSeg, dos seguros obrigatórios de veículos com a completa reestruturação do DPEM e melhoria do DPVAT, cujos valores de cobertura demandam reajuste concomitante à correspondente à correção dos prêmios; e também a ampliação do Seguro Rural; a atuação, com a FenaCap, nas campanhas de esclarecimento à população quanto a importante função social da Capitalização como instrumento de auxílio à educação financeira
e estímulo ao hábito da poupança; o apoio à Fenaber para a implementação do Polo de Resseguro no Rio de Janeiro, o qual se destina a trazer para o país novos negócios desta importante atividade.
Como todos sabemos, este é um setor com diversos ramos, unificado a partir da nobre missão de proteção proteger. Setor que forma poupanças agregadas de formidável magnitude. E, cujos produtos, serviços e atividades são de fundamental importância para o desenvolvimento social e
econômico do País.
No período de 15 anos, a produção agregada de prêmios e contribuições gerados pelo mercado segurador brasileiro passou de 1% para 6% do produto interno bruto. As provisões técnicas que garantem os riscos somam atualmente R$ 682 bilhões. É preciso recuperar e insistir no papel das
seguradoras como investidoras institucionais. Essas provisões técnicas formam poupança que é aplicada em ativos de todas as naturezas e que servem para financiar toda a sorte de investimentos.
Ao longo dos anos, o setor de seguros vem se mostrando resiliente aos ciclos econômicos, mantendo uma trajetória de crescimento consistente, na casa de dois dígitos. Acima, inclusive, do nível da economia brasileira em geral. Essa resiliência é reflexo do comportamento do brasileiro
de priorizar a proteção de sua saúde e de seu patrimônio.
À medida em que o consumidor brasileiro torna-se mais consciente de seus direitos e deveres, percebe a relevância da cobertura do seguro para que possa se precaver de danos de todas as naturezas, os quais ele não consegue pagar com sua poupança ou com o seu salário.
Registre-se que, em 2015, o setor de seguros movimentou recursos da ordem de R$ 364 bilhões em prêmios e contribuições, com um crescimento nominal de 11,4%. Esse número é duas vezes maior do que a indústria automobilística gera para a economia brasileira.
É preciso enfatizar que estamos em um patamar bem maior que várias outras indústrias as quais, nas últimas décadas, têm sido utilizadas pelo governo para acionar programas de recuperação econômica. Nesta comparação, destaco, especialmente, as indústrias automobilística e
farmacêutica.
Mas, tão importante quanto indicar o crescimento da movimentação de recursos, é mostrar a expressiva prestação de serviços à sociedade sob a forma de indenizações, pagamento de benefícios, resgates e sorteios de capitalização.
A título de exemplo, somente o segmento de Saúde Suplementar, que atende a mais de 72 milhões de beneficiários, indenizou cerca de 1 bilhão de procedimentos médicos de todas as naturezas.
Agora, em 2016, face aos vetores que indicam e confirmam o momento de recessão pelo qual passa o nosso Brasil, vários ramos do setor começaram a sentir os impactos diretos do ambiente macroeconômico do país.
A realidade que se apresenta nos sinaliza que é tempo de trabalhar ainda mais arduamente.
É tempo, sobretudo, de apresentar as contribuições e propostas do setor de seguros brasileiro para ajudar a mitigar os efeitos da crise.
Sabemos e reconhecemos que viveremos, nos próximos anos, um período de dificuldades no cenário econômico. E é justamente por termos essa consciência que se torna premente renovar a crença na retomada no desenvolvimento do País e na crescente evolução do setor de seguros
como mola propulsora desse desenvolvimento.
Para nós, a renovação dessa crença significa, acima de tudo, atuar em parceria com os demais agentes do setor e do próprio governo para buscar, com ações propositivas e pragmáticas, o fortalecimento que ajudará o Brasil a retormar o seu ciclo de prosperidade.
Nesses novos tempos que se apresentam, é fundamental que se mantenham abertos os canais de diálogo com as autoridades reguladoras, da Susep e da ANS, e com os ministérios cujas políticas têm interseção com o setor. Quero, com toda a clareza, fazer um apelo aos órgãos
reguladores para que tenham uma agenda regulatória para períodos de crise. É necessário reforçar a regulação da conduta para liberar o espírito animal do empresário para que, desta forma, possamos atravessar esse período turbulento. Flexibilidade com responsabilidade é o que
prometemos a vocês.
A mesma disposição deve ser mantida na interlocução construtiva com os poderes Legislativo e Judiciário, tendo em vista, sempre, o interesse geral do mercado, focado na melhor prestação de serviços à sociedade.
No mesmo sentido, esperamos contar igualmente com a receptividade das entidades de defesa do consumidor, destacadamente a secretaria nacional do consumidor (Senacon), para que possamos dar continuidade às ações e programas voltados ao aperfeiçoamento das relações de
nossas empresas com o consumidor.
Contamos também, antecipadamente, com a abertura das portas das editorias dos veículos de comunicação em todo o país, de modo a que possamos nos comunicar com a sociedade como um todo. Sempre de forma transparente, proativa e franca.
Da mesma forma, contamos com a fundamental e sempre constante parceria dos corretores de seguros, valorosa categoria que faz a ponte indispensável de ligação entre as empresas seguradoras e o consumidor.
Ao concluir, por conhecer a competência e experiência do quadro de colaboradores da CNseg, pretendo continuar a valorizá-los, com ações voltadas à sua capacitação constante, reconhecendo e estimulando o mérito desses profissionais.
Finalizando, é o momento de agradecer. Concentro os meus agradecimentos, entre tantos que devo, na pessoa de minha mulher, Solange Beatriz. É ela quem me inspira, anima e dá suporte nesta longa trajetória.

Muito obrigado!

Fonte: CNseg