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Susep destaca papel do corretor

mercado - 14/04/2021

A superintendente da Susep, Solange Vieira, destacou a importância de o corretor de seguros assumir um papel ainda mais relevante no mercado, sendo um verdadeiro consultor do cliente. Contudo, ela ressaltou que, para isso, é preciso investir mais na qualificação desses profissionais. “Precisamos capacitar as pessoas para o mercado de seguros crescer com mais qualidade. O corretor tem um trabalho grandioso a fazer. Aliás, o nome corretor não se aplica a esse trabalho. O termo mais apropriado é consultor, pois cabe a ele recomendar o que é mais adequado para o cliente. Para isso, é fundamental ter pessoas com qualificação. O corretor precisa saber analisar as características do cliente e indicar o melhor seguro que ele precisa contratar”, enfatizou, ao participar, sexta-feira (09 de abril) de webinar realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Solange Vieira frisou ainda que o mercado de seguros passa por uma profunda mudança tecnológica e regulatória, o que torna ainda mais fundamental a qualificação das pessoas com base nas ferramentas oferecidas pela tecnologia. Segundo ela, nesse contexto, a Susep pretende ter “novas escolas trabalhando com seguros”, para que sejam formados profissionais com uma visão moderna e fundamental. “É importante também que o Judiciário entenda esse processo e participe conosco dessas mudanças, permitindo assim que o setor tenha o desenvolvimento que pode ter potencialmente”,

Na avaliação da superintendente da Susep, há um “potencial gigante de crescimento” do setor no pós-pandemia, tendo como alavancas o novo marco regulatório de saneamento e as demandas de infraestrutura. “O seguro impacta custos de investimentos, seja nas rodovias, nas grandes hidrelétricas ou grandes obras de infraestrutura. O seguro influencia o custo dos empréstimos, e todo o processo de investimentos no país passa pelo seguro. O seguro também garante exportações e importações e o transporte de pessoas ou mercadorias. Grande parte da poupança nacional vem do seguro, da previdência privada. Agora, na pandemia, as famílias recorreram a retiradas do VGBL e PGBL para se protegerem do desemprego e da perda de renda”, discursou.

Solange Vieira explicou ainda que foi necessário aprovar um novo marco regulatório, para flexibilizar as normas vigentes, buscar a desregulamentação e permitir que o setor possa evoluir.

Para ela, o arcabouço vigente era “muito travado”, obrigando o regulador a estabelecer parâmetros mínimos de comportamento, interferindo, inclusive, na estruturação dos produtos e na forma como os contratos deveriam ser construídos. “Na dinâmica do mundo moderno, com foco na tecnologia e na inovação, os processos são muito mais rápidos e precisamos de flexibilidade maior para que as empresas possam criar seus produtos. A Susep deve apenas supervisionar o mercado”, pontuou.

De acordo com Solange Vieira, nesse contexto de mudança profunda do marco regulatório, “foram atacadas várias frentes importantes”, visando a gerar mais competição, reduzir barreiras e o custo de capital para atrair novas empresas. Dessas mudanças surgiram novidades como os seguros intermitentes, que foram os que mais cresceram na pandemia. “Aliás, o crescimento atual do setor não é surpresa para a Susep. Em janeiro e fevereiro, o mercado cresceu 4% em relação ao mesmo período do ano anterior”, anunciou.

Fonte: CQCS