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Crise e conflitos árabes elevam risco político

mundo - 13/02/2012

A Primavera Árabe, a crise das dívidas na Europa e eleições que devem ocorrer em alguns países neste ano, como Estados Unidos e China, ajudaram a elevar os riscos políticos para investimentos globais em 2012, revelou estudo da Aon Risk Solutions, área de soluções de risco da corretora de seguros Aon, divulgado com exclusividade ao Brasil Econômico.

O Brasil manteve o risco em médio baixo, em uma escala de seis níveis (de baixo para muito alto).

Os protestos no mundo árabe que começaram em dezembro de 2010 no Oriente Médio e Norte da África, que incluíram revoluções na Tunísia e Egito e guerra civil na Líbia, aumentaram o risco político e ainda rebaixaram a classificação destes países.

"Isso está forçando os diretores executivos financeiros de empresas, com operações no exterior em mercados emergentes, a rever a gestão de riscos e medidas de mitigação", complementa Roger Schwartz, vice presidente sênior de risco político para Aon Risk Solutions.

Em sua 19ª edição, o estudo leva em conta cotações de apólices de risco político contratadas por empresas para atuação em 167 países e territórios. Avalia-se itens como impossibilidade de conversão e transferência de moeda, expropriação, quebra de contrato e não-pagamento pelo governo, interferência política e risco legal e regulatório.

O risco político deve ser estudado por empresas que investem, operam, exportam ou emprestam nos mercados emergentes.

"Se analisarmos o nível global de risco, podemos dizer que ele subiu em 2012, e muito!", diz o diretor de Comércio e Investimento Internacional da Aon Brasil, Keith Martin. Para este ano, apenas três países foram considerados com um nível de risco menor do que no ano passado, sendo eles Moldávia, Ucrânia e Uruguai.

Por outro lado, 21 apresentaram risco maior: Azerbaijão, Bahrein, Belarus, Colômbia, Croácia, Egito, Malvinas, Gabão, Guatemala, Guiné Bissau, Líbia, Marrocos, Omã, Paquistão, Suazilândia, Síria, Tailândia, Tunísia, Uganda, Vietnã, Saara Ocidental.

O estudo não considera países como os da União Européia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que inclui Estados Unidos, Canadá e outros, para os quais não há demanda para o seguro de risco político.

"Normalmente o mercado deste seguro cobre países emergentes. Obviamente, pelos eventos que vimos no último ano, será até bom ter mercados para esses países", afirma Martin, em referência à crise das dívidas soberanas na Europa.

"Normalmente, o mercado de seguro de risco político cobre países emergentes. Pelos eventos no último ano, será até bom desenvolver para países da União Européia e OCDE"

Fonte: brasil economico