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Mercado se mobiliza contra piratas

irregularidade - 15/07/2011

Cada vez mais à vontade para atuarem oferecendo “proteções”, entidades e associações já causam prejuízo de R$ 3 bilhões por ano ao mercado de Seguros. Os números foram divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão que regula o setor, e que já traça estratégias para dar fim a essa prática ilegal.

Em matéria publicada no Brasil Econômico desta quarta-feira, 13 de julho, o recém empossado titular da Susep, Luciano Portal Santanna, afirma que recebeu a missão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de elaborar um plano de trabalho para ser implantado nos próximos três anos e que permita abolir a atuação irregular.

Dados divulgados pela autarquia do Ministério da Fazenda mostram que existem mais de 100 empresas operando atualmente à margem da lei. No mercado tradicional de Seguros, são mais de 130 Seguradoras, que movimentaram em 2010 cerca de R$ 90 bilhões, segundo a Susep.

Líder do Clube dos Corretores do Rio de Janeiro, Amílcar Vianna chama a atenção para as associações que oferecem a conhecida “proteção automotiva”. Camuflada de Seguro, essa cobertura se baseia no princípio de mutualidade, onde os riscos são repartidos pelos semelhantes. “Esta prática não oferece nenhum benefício para o consumidor, já que ele não tem nenhuma garantia de que receberá a “ajuda”, caso sofra algum acidente. A associação não é regulada por nenhum órgão, ela não tem reserva técnica e nem capital para arcar com prejuízos, calotes, caso estes aconteçam”, comentou.

A prática está virando tão comum que até empresas estrangeiras já atuam irregularmente no setor de Saúde, segundo a diretora executiva da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg), Solange Beatriz Mendes. Em entrevista ao Brasil Econômico, ela afirmou que “as empresas conquistam os clientes pelo bolso, já que conseguem oferecer um preço menor por não atenderem às exigências do setor”.

De acordo com Vianna, quando o consumidor pensar em contratar uma “proteção”, deve levar em conta outras questões importantes. “Antes de cair no conto do seguro pirata pergunte-se o que ocorrerá se, por exemplo, os “dirigentes” destas associações resolvam fechá-la e desaparecer com o caixa? Ou então quem são estes dirigentes? São pessoas confiáveis? Estão ao alcance da lei? Se algo der errado, eu poderei recorrer a Justiça? Onde fica a sede desta associação? Antes de tomar qualquer decisão, deve-se pensar nisso”, alerta o executivo do mercado.

A ação “Seguro é Proteção” (http://www.seguroeprotecao.blogspot.com) foi lançada no dia 15 de março, Dia Mundial do Consumidor, com o objetivo de alertar pessoas que desejam proteger seus patrimônios sobre o perigo de investir em uma proteção irregular de associações. A campanha tem forte atuação das redes sociais, como Twitter, Facebook, Orkut e Blog. O número de acessos a essas ferramentas, só na primeira quinzena de abril, demonstra o potencial que a campanha tem para atingir o grande público. No total foram 2.869 interações em todos os perfis de mídias digitais.

Fonte: ass. de imprensa do clube dos corretores