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Seguros devem crescer mais de 14% no segundo semestre

mercado - 27/07/2011

O mercado de Seguros cresce em ritmo acelerado e representa 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o segundo semestre de 2011, a Confederação Nacional das Empresas de SegurosGerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg) prevê que o setor ultrapasse a projeção estipulada no início do ano, de 12%, e fique na faixa de 14% a 16%.

De janeiro a maio de 2011, o total de prêmios chegou a R$ 41,130 bilhões, expansão de 19,52% na comparação com o do mesmo período de 2010, de R$ 34,413 bilhões. Na soma com Previdência privada e Capitalização, o faturamento ultrapassa R$ 50 bilhões, com elevação de 18%, de acordo com dados da Susep.

Segundo o superintendente de Regulação da CNSeg, Alexandre Leal, o positivo desempenho dos primeiros meses de 2011 deve ser repetido. “Para permanecer na projeção de 12% [divulgada pela CNSeg no início do ano, tem que haver uma desaceleração. Então, deve ficar acima dos 14% registrados em 2010”.

Para Leal, o setor cresce apesar da desaceleração econômica. Ao considerar somente Seguros, o segmento Patrimonial apresentou elevação expressiva, de 20%, com representação de 9%. O setor foi impulsionado também por Seguros de pessoas, cuja participação é de cerca de 19%, com crescimento de 25%, para R$ 24,4 bilhões.

Em relação aos impactos da desaceleração do consumo, com altas das taxas de juros, Leal aponta um possível impacto em automóveis. “Com a altas taxas de juros, pode haver uma diminuição do crédito, o que ocasiona menor venda de automóveis, por exemplo, e se reflete em Seguros. Atualmente a participação de veículos é de 20%, com aumento de 7% nos primeiros meses do ano.”

Estabilidade econômica, ascensão da renda , eventos esportivos e projetos de infraestrutura serão os principais impulsionadores do mercado na opinião de Gustavo de Albuquerque, advogado e membro da Associação Internacional de Direito de Seguros (Aida). “Muita gente entra nos microsseguros, como o funeral, prestamista e eletrodomésticos, pois agora entende a função do seguro. Ainda há os produtos ligados à construção civil e seguro-garantia com a Copa do Mundo, Olimpíadas e PAC.”

O desempenho no mercado acionário das companhias Porto Seguro, SulAmérica e Brasil Insurance tem-se mostrado instável nos últimos dias. Na segunda-feira (25), a Porto Seguro operava em queda de 1,46%, com preço de R$ 22,80. A baixa se repetiu na terça (26), com queda de 0,26 e valor de fechamento de R$ 22,80.

Na SulAmérica, a segunda-feira (25) foi de queda de 0,11%, com preço de R$ 17,90. O cenário foi diferenciado na terça (26), quando finalizou em alta de 2,23% e preço de fechamento de R$ 18,30. As ações ON da Brasil Insurance estavam em queda na segunda (25), de 0,50%, com preço de R$ 19,90 ao final do dia. O resultado negativo se repetiu na terça (26), de 0,25%, com preço de R$ 19,85.

Mas o analista econômico da corretora WinTrade, José Góes, credita as quedas à performance do mercado. “Tem estado muito ruim e é natural que afete todas as empresas. Mas o setor de Seguros é interessante, porque estas companhias tendem a ganhar mais dinheiro.”

Os grupos nacionais focam no Brasil como principal mercado de expansão. Na divulgação de resultados do primeiro semestre, a espanhola Mapfre destacou o Brasil com o início de operações com o Banco do Brasil, que gerou aumento de 15% do patrimônio líquido do conglomerado. O lucro chegou a 543,2 milhões de euros, puxado pela América Latina.

“Ao longo dos anos, uma série de empresas chegou e fomos tomando uma relevância expressiva. Esta é uma tendência que deve se consolidar nos próximos anos, inclusive observamos que companhias voltaram depóis de terem saído do Brasil”, disse Alexandre Leal, da CNSeg.

Outra novidade do mercado foi a venda das operações de Seguros na América Latina pelo holandês ING a o grupo colombiano Suramericana por US$ 3,9 bilhões.

Em consequência da crise de 2008, a empresa também leiloa 36% de sua participação na Sul América, que deve ser fechada com o grupo francês AXA.

Nesta semana, o Banco do Brasil também oficializou a compra da fatia da SulAmérica na BrasilCap por R$ 137 milhões, o que oficializa o fim da parceria. O acordo já tinha sido finalizado nos ramos de vida e automóveis.

Fonte: Panorama Brasil