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Seguradoras perdem US$ 60 bi com desastres naturais

mercado - 28/07/2011

Até junho, os desastres naturais - que incluem enchentes na Austrália, terremotos na Nova Zelândia e no Japão e tornados nos Estados Unidos - causaram prejuízos de US$ 60 bilhões ao mercado segurador, o que acende sinal vermelho para a indústria. Isso porque algumas seguradoras serão desafiadas quando este valor superar US$ 100 bilhões.

No Brasil, somenteemjaneiro, os riscos de inundações apurados pela Swiss Re atingiram perdas de US$ 1,2 bilhão, em decorrência das chuvas fortes que castigaramprincipalmente Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O valor é quase quatro vezes superior à média anual de US$ 250 milhões desde 2000.

De acordo com o presidente da Allianz Risk Transfer na Holanda, John Arpel, esses desastres causam aumento da taxa de cobertura de catástrofes naturais. No entanto, isso não é uma regra. NoBrasil, por exemplo, pela concorrência no setor de SEGUROS, as empresas têm reduzido as margens de lucro, não repassando inclusive essa alta de preços causada pelos desastres naturais.

“Os preços não mudam no país porque ele é a bola da vez”, diz o diretor de Grandes Riscos da Allianz, Angelo Colombo. Além disso, segundo o executivo, a alta taxa de juro básico no país atrai capital, que é combustível para o mercado segurador.“O grande risco para o país hoje seria a alta do juro em algum país mais maduro”, pondera, uma vez que o capital buscaria mercados tidos como mais seguros.

Como forma de reduzir os riscos dos desastres naturais, o que o mercado segurador estuda é a possibilidade de emitir “cat bonds” (títulos vinculados a catástrofes naturais) ou oferecer uma cobertura indexada ao clima. “Isso existe na África do Sul, na América Central, mas é um projeto de longo prazo para o Brasil, que precisa da aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”, diz Colombo.

Os títulos de catástrofes são emitidos pelas seguradoras a partir de instituição financeira. Se nenhuma catástrofe ocorrer, a empresa paga um cupom aos investidores, que têm retornos expressivos. Por outro lado, se a catástrofe ocorrer, o principal é usado para pagar os danos. O risco desta modalidade é ela ficar nas mãos de especuladores, prejudicando seu propósto principal, diz Arpel.

Já na cobertura indexada ao clima, se um cliente no Rio de Janeiro, por exemplo, quiser segurar perdas de enchentes, a cobertura será referenciada à estação meteorológica mais próxima de onde ele se encontra. Ficará estipulado que, se a precipitação pluvial exceder um certo limite durante um período, então o seguro é pago. Isso significa que um índice de referência é usado como gatilho e, quando os parâmetros o alcançam, a cobertura é fornecida.


Fonte: Brasil Econômico