Notícias

J. Malucelli e Chartis disputam garantia do estádio do Corinthians

concorrência - 08/09/2011

A grande disputa pelo seguro-garantia do estádio do Corinthians, vulgo "Fielzão", causou uma redução de taxas e também de garantias para a construção da obra. O negócio ainda não está fechado, mas sete seguradoras se interessaram pelo contrato. Agora, apenas J.Malucelli e Chartis (antiga AIG) estão na briga pela apólice milionária.

Esta proteção é a primeira a ser contratada para a realização de uma grande obra, pois garante aos financiadores do projeto que a construção será concluída dentro do prazo estabelecido em contrato. Para oferecer tal seguro, as seguradoras cobram uma taxa sobre o valor das garantias. Esse foi o ponto crucial na disputa. Segundo fontes próximas ao negócio, enquanto a JMalucelli oferece taxa de 0,6% a 0,9%, sua concorrente Chartis cobra entre 0,4% e 0,6%.

O custo estimado da obra do estádio do Corinthians é de R$ 820 milhões. Deste valor, R$ 400 milhões virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os outros R$ 420 milhões de incentivos fiscais. Para liberar o financiamento, o banco pede garantias de que a obra será concluída dentro do prazo previsto.

Pela legislação, a garantia do seguro deve ser de 5% a 10% do custo total da construção. Para reduzir seus custos e os do Corinthians, porém, a Odebrecht quer baixar o valor das garantias para cerca de 2%, segundo fontes próximas.

Caso a garantia contratada seja mesmo de 2% pode não ser suficiente, pois qualquer sinistro gera um custo adicional superior a esse valor. "Em caso de problemas, o governo terá de aportar capital adicional no projeto para que ele seja concluído", avalia uma fonte.

A Chartis já participou de outros contratos semelhantes, como o seguro-garantia da reforma do Maracanã, que também envolveu a Odebrecht. Fontes alegam ainda que a companhia tem a seu favor um bom respaldo em termos de limites de resseguros por conta da matriz nos EUA. No entanto, a norte-americana The Travelers Companies comprou 43,4% da J.Malucelli, garantindo maior capacidade de retenção de risco.

O negócio ainda não tem data para ser fechado. Somente após o BNDES se manifestar sobre as taxas, garantias e as contragarantias que vai receber, o financiamento será liberado e o seguro contratado.

Dentre as obras para a Copa de 2014, alguns estádios que serão sede dos jogos e outros usados para a Copa das Confederações de 2013 já fecharam o contrato de seguro. É o caso do estádio Kleber Andrade, em Vitória (ES). A apólice ficou com a seguradora Allianz, com cobertura de R$ 100 milhões. A Allianz também é responsável pela proteção do fornecimento de estruturas do Mineirão.

Fonte: DCI