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Empresas do setor registram resultados acima do esperado

desempenho - 15/09/2011

Em 2011, a projeção é de que o mercado de seguros cresça entre 14% e 16%, segundo a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg).

Entretanto, alguns resultados do primeiro semestre já revelam números acima do esperado e com perspectivas superiores para o segundo semestre. A Cardif do Brasil, empresa de seguros do BNP Paribas, registrou R$ 440,7 milhões em prêmios, aumento de 58% em relação ao mesmo período de 2010 e a expectativa é de encerrar o ano acima dos R$ 800 milhões. Já o grupo segurador Banco do Brasil e Mapfre alcançou R$ 4,6 bilhões em prêmios e prevê fechar o ano com R$ 8,6 bilhões.

Na composição do grupo francês BNP Paribas Cardif, a filial brasileira, Cardif do Brasil, ocupa a terceira posição no ranking de prêmios emitidos da organização, com Ebitda (lucro antes dos impostos) de R$ 49,2 milhões, acréscimo de 94% ante o primeiro semestre de 2010, quando somou R$ 25,3 milhões. O resultado é relativo às empresas Cardif Vida, com lucro de R$ 31,4 milhões; Cardif Garantias, de R$ 4,7 milhões; Cardif Capitalização; R$ 1,9 milhão e Luizaseg, com R$ 11,2 milhões. A última consiste em uma joint venture com a rede varejista Magazine Luiza.

Para o presidente da Cardif do Brasil, Alexandre Boccia, a evolução da companhia está relacionada ao amadurecimento das carteiras, principalmente prestamista e garantia estendida. "O crescimento de 58% no faturamento (prêmios), acredito que seja muito superior ao do mercado no primeiro semestre, que creio que foi de 15%."

O diferencial para a expansão e conquista de mercado nos últimos anos, conta Boccia, está na rede de distribuição. "Trabalhamos com parcerias para distribuir produtos, alcançando alianças com empresas que possuem rede própria, como supermercados, bancos e lojas." O presidente lembra que em outros países onde o grupo atua, como França, a distribuição ocorre em agências.

Até o atual momento, a rede de distribuição possui 40 parcerias. "A gente observa oportunidades, mas privilegia os parceiros atuais, o que tem funcionado muito bem, com acordos que tem cinco, seis ou 10 anos. Crescem bastante e aproveitamos."

Na Europa, a semana está repleta de rumores sobre quebras de bancos, inclusive a agência classificadora de risco Moody´s rebaixou a nota de dois bancos franceses, Société Générale e Crédit Agricole, e manteve em status de revisão o BNP Paribas. Ao ser questionado sobre os impactos do controlador na filial brasileira, Alexandre Boccia demonstra otimismo. "Nenhum reflexo, continuam as operações. Inclusive, a matriz realizou um aporte de R$ 42 milhões em julho para elevar a margem de solvência." O presidente justifica que a solvência no Brasil varia de acordo com o volume do faturamento.

Até 2010, a Cardif do Brasil trabalhou em lançamentos de produtos diversificados, como estratégia de ganhar espaço no mercado, com destaque para o segmento automobilístico. "Conquistamos uma forte alta em nosso faturamento. Nos últimos cinco anos, a Cardif do Brasil mais que quadruplicou sua receita, sempre focada no modelo de negócios baseado em distribuição por meio de importantes parcerias de mercado, oferecendo diferenciais e atendendo suas necessidades de vendas", pontua Boccia.

Para os anos seguintes, as expectativas são positivas. "A gente acha que o efeito da crise externa será moderada no Brasil e que o consumo deve continuar a crescer", finaliza o presidente, que acrescenta que o aumento do poder aquisitivo dos brasileiros é benéfico, pois a venda é realizada em redes de consumo.

O recente Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre também apresenta números significativos referentes aos seis primeiros meses de 2011, com lucro líquido de R$ 351 milhões nos segmentos de pessoas e ramos elementares. O patrimônio líquido totaliza R$ 4,5 bilhões e o Ebitda chegou a R$ 504,6 milhões. O grupo, que prevê duração de 20 anos, possui 15,6% de participação de mercado (market share, na sigla em inglês) e 25 milhões de segurados.

Fonte: DCI