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Dpvat: 656 indenizações diárias por invalidez permanente

trânsito - 19/01/2012

Em 2011, o seguro Dpvat pagou, em média, a cada dia, 656 indenizações a vítimas de acidentes no trânsito por invalidez permanente. No total, foram 239.738 registros ao longo do ano, 58% a mais do que em 2010, o que confirma a condição do Brasil como um dos países com o trânsito mais violento de todo o mundo. “São números alarmantes”, afirmou o presidente da Seguradora Líder Dpvat, Ricardo Xavier, ao anunciar, nesta quarta-feira (18), os dados referentes ao pagamento de indenizações em 2011.

Segundo ele, o quadro mais grave é o que aponta um aumento expressivo dos acidentes envolvendo motociclistas. Segundo apurou a Seguradora Líder, embora as motocicletas representem não mais do que 27% da frota circulante no País, esse tipo de veículo gera o equivalente a 70% das indenizações. “Isso já é quase um caso de saúde pública. A sociedade e as autoridades precisam olhar essa questão”, alerta Xavier.

O presidente da Seguradora Líder revelou ainda que o total de indenizações pagas em 2011 somou R$ 2,3 bilhões, com crescimento de 45% em relação a 2010. No ano, 366.356 pessoas receberam o seguro Dpvat.

Chamou a atenção o fato de a idade de 51% dos acidentados variar de 18 a 34 anos, faixa na qual se concentra a maior parte da população economicamente ativa do país.

Além das 239,7 mil indenizações por invalidez permanente, foram pagas ainda outras 58,1 mil por mortes nos acidentes, além de 68,4 mil reembolsos de despesas médicas ou hospitalares.

A receita gerada pelo seguro Dpvat chegou a R$ 6,7 bilhões no ano passado.

No evento desta quarta-feira, além do presidente da Seguradora Líder, conversou com a imprensa o coordenador do programa SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, que é especialista em trânsito e autor dos livros "Acidentes não acontecem" e "Recall: 4 milhões de carros com defeito de fábrica". Segundo ele, o aumento do número de vítimas em acidentes envolvendo motociclistas já era esperado, em decorrência de mudanças no Código Nacional do Trânsito. “O lobby dos fabricantes de motocicletas conseguiu mudar o Código, permitindo que os motociclistas circulem entre dois carros, além de aumentar a velocidade máxima admitida nas estradas. E esse quadro pode piorar ainda mais” advertiu.

Fonte: cqcs