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É justo haver diferença de preços entre homens e mulheres?

debate - 16/02/2012

No começo de 2011, a corte de Justiça europeia aprovou uma lei específica que igualam as taxas de seguros para homens e mulheres. A norma colocou fim à cobrança de valores mais baixos para motoristas do sexo feminino, mas a legislação ainda não se aplica à realidade do mercado brasileiro.

Segundo o professor da Escola Superior Nacional de Seguros e executivo da Excelsior em Salvador, Nelson Uzêda, os preços diferenciados ainda estão presentes no mercado. “O que existe são experiências comprovadas que contemplam o sexo feminino com apólices mais baratas”.

Em análise do cenário, o executivo aponta que a diferença entre o valor das apólices é também uma estratégia de marketing por parte das companhias. “Os valores variam por conta do posicioamento da seguradora. Os sinistros são analisados, revelando que existe uma menor quantidade envolvendo mulheres. Assim, são criados produtos direcionados para o sexo feminino, a fim de estabelecer uma maior aproximação”, explica Uzêda.

Ele lembra ainda que a determinação do valor dos seguros é oficialmente feita a partir de perguntas que analisam o grau de proteção que o segurado dá ao produto. Para o especialista, o processo não é muito eficaz, ainda que seja melhor que o julgamento pelo “score bancário”. O problema é que existe no Brasil a tendência de substituir a classificação do condutor com base no perfil de sexo e idade por essa análise do CPF e dados de crédito dos motoristas.

“Não vale a pena avaliar pelo score, mas a maioria das seguradoras tem adotado essa postura. Essa atitude é usada sutilmente, não legalmente, já que não existe nenhuma norma da Susep que ampare a seguradora a recursar apólices por registro cadastral em instituições de crédito”, afirma o executivo.

De todo modo, alguns fatores ajudam a baratear o custo do Seguro de Automóvel, por exemplo. Se o proprietário possuir garagem fechada, morar em condomínio fechado ou ser mulher com mais de 25 anos que não tenha filhos entre 18 e 25 anos, o preço pago à seguradora pode cair bastante.

Fonte: cqcs