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Fator faz seguro de R$ 1,6 bi da linha 4 do metrô do Rio

Metrô Rio - 03/03/2011

A Fator Seguradora, controlada pelo Banco Fator, fechou no final da semana passada um de seus contratos mais importantes em grandes riscos desde que iniciou as operações no Brasil no final de 2008. Na sexta-feira, um consórcio liderado pela seguradora assinou o contrato de risco de engenharia de dois trechos da linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, que representam uma cobertura de R$ 1,6 bilhão.

Os trechos segurados pela Fator, que controla 70% do consórcio, junto com outras três empresas e com apoio da alemã Munich Re, ligam Gávea a São Conrado e São Conrado a Jardim Oceânico, num total de 9,6 quilômetros de extensão, segundo informou ao Valor o diretor geral da empresa, André Marino Gregori.

O contrato deverá ser ampliado para outras duas linhas do metrô, totalizando R$ 2,9 bilhões.

Os trechos começarão a ser construídos ainda neste ano e vão representar arrecadação de prêmios para a Fator de R$ 7 milhões.

A empresa deve participar também do seguro garantia da obra, ainda em negociação.

O seguro já colocado, que garante as obras civis do metrô, tem um significado especial para a Fator, segundo Gregori, pois representa um passo importante na disputa por esse tipo de apólice, no qual a empresa começou a operar em dezembro do ano passado. Até então, a Fator só fazia o seguro garantia, onde ocupa a segunda posição no ranking, com cerca de 12%departicipação. Emgarantia, a Fator esta atrás da paranaense J. Malucelli, conforme dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

"O nosso projeto inicial era diversificar a carteira a partir do quarto ano de atuação, mas a receptividade do mercado acima das nossas expectativas nos fez antecipar a ideia", diz Gregori. No ano passado, a Fator começou a buscar novos produtos para atuar, além do seguro garantia. "Remodela mos a companhia toda sob a ótica de gestão corporativa." Segundo Gregori, "o foco hoje é de uma empresa de seguro voltada à infraestrutura amplo senso". Isso significa que a Fator passou a oferecer seguros também de risco de engenharia, de obras e de equipamentos.

Outro setor onde a empresa pretende entrar este ano é a proteção de eventos, um segmento que vem crescendo muito no Brasil. "Já estamos com a carteira em aprovação na Susep para operar." Esse tipo de apólice cobre, por exemplo, o cancelamento de shows e eventos e movimentou em prêmios no ano passado cerca de R$ 300 milhões.

A Fator está também em negociação para segurar um grande projeto de energia eólica (dos ventos) em um Estado do Nordeste, que o Gregori prefere não revelar detalhes por enquanto, já que a negociação está em andamento.

"Estamos participando também como líderes do consórcio, com seguro garantia, risco de engenharia e toda a cobertura da o b r a", afirma.

"A nossa meta é estar entre os cinco maiores em todos os ramos onde atuamos", diz Gregori. A carteira da seguradora teve um crescimento expressivo, de 253%, no ano passado, saltando de R$ 29 milhões em 2009 para R$ 85 milhões em prêmios líquidos.

"Nosso modelo de negócios, voltado principalmente para a prestação de serviços e análises, foi muito bem aceito." A experiência acumulada pelo Banco Fator no atendimento às empresas ajudou a alavancar a seguradora no início das operações.

Para Gregori, com o seguro garantia, fica mais fácil à empresa oferecer soluções nos outros modelos de apólices. Na usina de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, por exemplo, onde a Fator participa de um consórcio com 40% do seguro garantia, a análise feita na montagem do seguro garantia é decisiva nas outras fases do projeto. O seguro garantia de Belo Monte envolve desde a assinatura do contrato até as chamadas garantias cruzadas (entre os próprios consorciados) e a de fornecedores de equipamentos, num valor total de cerca de R$ 1 bilhão. "Quando chegar o momento da engenharia, já analisamos o projeto sob a ótica da garantia.

Com isso, podemos sair à frente dos concorrentes." A Fator está presente em um grupo que disputa a licitação de todos os seguros de Belo Monte.

No balanço divulgado nesta semana, a Fator Seguradora mostrou um lucro grande fruto de uma operação financeira feita com o banco. Somente a receita dessa operação chegou a R$ 220 milhões.

Com isso, o resultado em 2010 foi de R$ 170 milhões, em comparação aos modestos R$ 585 mil de 2009, primeiro ano de vida da empresa. Se excluída essa operação, no entanto, o lucro ficaria próximo a R$ 7 milhões.

"Hoje, somos uma companhia com R$ 105 milhões de patrimôn i o", diz Gregori. Isso, segundo ele, mostra ao mercado que a empresa vem recebendo fortes investimentos.

"A nossa subscrição é bastante conservadora. Para o mercado ressegurador, representa uma certeza de que podem investir na Fator."

Fonte: Valor Econômico