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Japão: desastre pode ser o mais caro para seguradoras

Internacional - 14/03/2011

O terremoto que devastou parte do nordeste do Japão causou perdas de até US$ 35 bilhões em bens segurados. Isso faria dele o mais caro da história para a indústria de seguros, mesmo sem considerar os efeitos do tsunami, segundo uma empresa especializada em risco de desastres naturais.

Embora ainda levará meses para que esteja claro o custo efetivo da catástrofe, a AIR Worldwide, com sede em Boston, disse ontem que o terremoto atingiu bens segurados avaliados entre US$ 15 bilhões e US$ 35 bilhões. Se os pedidos de indenização ficarem no ponto médio, o custo do desastre vai superar o de todas as catástrofes naturais, com exceção do furação Katrina, nos EUA, em 2005.

As estimativas de perdas divulgadas pela AIR e por suas concorrentes são observadas de perto pela indústria de seguros e por Wall Street, para projetar o potencial de perdas para as seguradoras de forma individual. Nenhuma das grandes empresas do setor divulgou suas próprias estimativas de perdas, mas o tamanho da previsão da AIR deve alimentar conversas entre as seguradoras - que já estão ocorrendo neste momento - sobre como o terremoto deve levar a um salto abrupto no preço dos seguros e dos resseguros.

Essa elevação seria sentida por empresas e proprietários de imóveis em áreas sujeitas a catástrofes naturais espalhadas pelo mundo.

A estimativas d AIR inclui perdas causadas pelo tremor e por incêndios subsequentes que afetaram casas, imóveis comerciais e negócios agrícolas segurados.

A projeção também não inclui estimativas de perdas geradas pelo tsunami, disse a empresa. No sábado, a AIR havia dito que examinou as regiões mais diretamente afetadas pela onda gigante e que concluiu que US$ 24 bilhões em imóveis segurados estavam numa distância de três quilômetros da costa. Mas a empresa alertou que não se deve somar essa estimativa de perdas com outras, para se evitar dupla contagem. Muitas das propriedades destruídas pela tsunami foram danificadas antes pelo tremor de terra e pelos incêndios, como se pode ver nos vídeos em que a onda gigante arrasta prédios inteiros em chamas, diz.

A AIR vai estimar as perdas causadas pelo tsunami quando mais dados estiverem disponíveis, incluindo imagens de satélite mostrando a extensão do alagamento.

Houve poucos relatos de estragos estruturais em Tóquio e Chiba, com exceção de uma série de incêndios. Apesar disso, a AIR destaca o alto nível de concentração de imóveis segurados na região, o que significa que mesmo pequenos pedidos de indenização individuais provavelmente representarão um valor significativo em conjunto.

A Munich Re e a Swiss Re, as duas maiores resseguradoras do mundo, reiteraram ontem que ainda era muito cedo para fornecer estimativas de perdas potenciais. A resseguradora de menor porte Hannover Re, assim como a Allianz, maior seguradora da Europa, disseram o mesmo. Igual resposta deram a americana AIG e a Lloyds, de Londres.

Fonte: Valor Econômico