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Austral chega com apetite voraz

Seguradora - 14/03/2011

O Grupo Austral, braço para o setor de seguros e resseguros da Vinci Partners, chega com fôlego para explorar as oportunidades que surgem com o aquecimento da atividade econômica brasileira. Com capital inicial de R$ 500 milhões, o grupo pretende atingir participação de mercado de 10% a 12% em até cincos anos, tanto no setor de seguros como no de resseguros.

A tarefa não é fácil, uma vez que os dois mercados são dominados por pequeno grupo de players.

Para ter sucesso em sua estratégia, a seguradora do grupo, a Austral Seguradora, focará seus negócios na área de seguros essenciais para a realização de grandes obras de infraestrutura - o seguro garantia, que garante o cumprimento de exigências contratuais, e o de riscos de engenharia, que cobre possíveis problemas na realização de obras civis. Já a resseguradora (Austral RE) irá operar em uma gama maior de segmentos, que vão desde os já operados pela sua co-irmã a riscos relacionados a agricultura, vida e saúde, por exemplo.

Operando desde novembro, companhia se apoia em estudo que prevê que o Brasil receberá nos próximos seis anos cerca de R$ 1,2 trilhão em investimentos.

Eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014, os Jogos Olímpicos de 2016, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a consolidação da exploração de petróleo na camada pré-sal demandarão muitos contratos de seguro garantia. Nesse sentido, a empresa vê oportunidade para crescer em um mercado com capacidade relativamente saturada por conta do reduzido número de operadores.

De acordo com o diretorexecutivo da Austral Seguradora, Carlos Frederico Ferreira, o mercado de seguro garantia tem uma demanda reprimida por conta de o Brasil ter ficado muito tempo sem receber investimentos em infraestrutura - o principal demandante desse tipo de seguro. Segundo Ferreira, cerca de 80% deste segmento está concentrado na mão de apenas quatro empresas.

"Estamos nos posicionando neste mercado cujas perspectivas são as melhores possíveis. O seguro garantia é a bola da vez no Brasil", disse Ferreira, lembrando que o valor das apólices acompanha o tamanho dos projetos. "São contratos com prêmios muito grandes. Se observarmos que o seguro garantia vai representar de 10% a 20% do valor que será investido no Brasil nos próximos anos teremos uma noção das boas perspectivas que esse mercado nos reserva", explicou.

Para analistas, faltava capacidade por conta de a maioria das seguradoras que atuam no Brasil serem subsidiárias de grupos americanos e europeus, que foram os principais afetados pela crise econômica. Para o diretor-executivo da Austral RE, Bruno Freire, houve excesso de contratos acumulados em determinados players e também houve redução do apetite por risco decorrente da crise global.

Os executivos afirmam que a empresa chega ao mercado como nova opção de capacidade, mais ágil e flexível que suas concorrentes já estabelecidas.

"As grandes empresas de seguros, que operam no Brasil há 40, 50 anos já possuem uma rotina e são menos flexíveis. Seremos mais flexíveis não no nível de aceitação de risco, mas no que diz respeito à burocracia", afirmou Ferreira.

Fonte: Jornal do Commercio