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No Rio, metade dos roubos de carros tem as peças como alvo

mercado - 05/10/2017

Um levantamento da FenSeg aponta que em 50% dos casos de roubos de veículos no Rio de Janeiro os crimes são praticados para retirada de peças e venda no mercado ilegal. Em 30% das ocorrências, o objetivo é a clonagem de automóveis, e em 20%, ladrões tomam um carro para cometer outros delitos.

Julio Cesar Rosa, diretor-executivo da FenSeg, não informa quais são os modelos mais visados por ladrões de veículos, porém conta que seguradoras vêm percebendo um aumento de roubos de carros cujas montadoras deixaram de fabricar peças.

— Os criminosos conseguem vender esses veículos roubados por um valor razoável, uma vez que suas peças não são mais encontradas no mercado — afirma Julio Cesar, acrescentando que ladrões também preferem carros de cores escuras.

Lenin Pires, especialista em segurança pública e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), diz que, diante das estatísticas de roubos de carros, era esperado um aumento no valor das apólices de seguro, mas faz uma crítica ao mercado:

— O discurso de esgotamento das políticas de segurança, somado ao esvaziamento do poder político no estado, conduz a um quadro de incertezas.

E onde há incerteza, há oportunidade para o capital especulativo, em suas mais variadas formas. Os preços das apólices resultam de análises de risco, cuja equação vai ser desenvolvida de maneira especulativa, construída em cima de conjecturas que não necessariamente levam em consideração as dinâmicas reais de diferentes localidades da cidade. A noção de risco dialoga com a violência real ou presumida? Eu diria que é muito mais relacionada à segunda opção. A sensação de insegurança acaba tendo maior influência no processo.

Fonte: O Globo