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Segurança digital é o que mais preocupa especialistas

tecnologia - 21/01/2020

A internet está mudando a forma como consumimos, pagamos e nos relacionamos. Mas, com a maior exposição à rede, os riscos também estão mais digitais. Segundo a 10ª edição da pesquisa Bank Risk Management, da consultoria EY em parceria com o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), as principais preocupações dos diretores de risco (Chief Risk Officers ou CROs) ao redor do mundo é com a inteligência artificial e a cibersegurança.
A pesquisa, realizada com 114 instituições bancárias de diferentes regiões do mundo, contou com 15 respondentes da América Latina. De acordo com Frederico Ventriglia, sócio de consultoria para serviços financeiros da EY no Brasil e América Latina, os CROs passaram a analisar com mais cautela as ameaças não financeiras entre 2015 e 2016, quando começaram a ter uma gestão de risco e liquidez mais robusta. A privacidade de dados e transformação digital estão no topo da lista de atenção.
“Olhando para frente, com uma possível desaceleração financeira e investimento em modelos de negócio digitais, o maior desafio dos CROs será mostrar que conseguem gerenciar de forma adequada os riscos relacionados ao digital”, disse Ventriglia.
De acordo com o levantamento da EY, na América Latina, os CROs veem o uso da inteligência artificial como o principal risco e, por essa razão, 78% dos entrevistados afirmaram que este será um fator que exigirá mais atenção nos próximos três anos.
Os riscos de cibersegurança aparecem como uma segunda preocupação, com 67% das citações, e a transição para o digital vem em terceiro lugar, também com 67%. A disponibilidade e exposição de dados e a dependência de serviços em nuvem estão entre outros riscos apontados.
Ainda segundo o levantamento, os bancos da América Latina, em comparação com os demais, precisam adquirir mais experiências em testes de estresse, riscos financeiros e geopolíticos.
Um estudo realizado pela corretora Marsh em parceria com a Microsoft revela que, em dois anos (de 2017 a 2019), o risco cibernético aumentou aproximadamente 30% no ranking das 5 maiores preocupações de empresas latino-americanas. Para os sócios do escritório Marcelo Tostes Advogados, esse crescimento deve ser ainda maior em 2020 e as empresas podem recorrer a seguros para proteger funcionários contra problemas digitais (chamados de cyber seguros), como uma forma de preparação para a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).
“A positivação do dever de adoção de medidas de segurança por parte dos controladores e operadores de dados torna-se essencial para as atividades empresariais. Considerando que a lei estipula multa de até 2% em relação ao faturamento do agente por infração, tendo como teto 50 milhões de reais, desconsiderar a aplicação de medidas técnicas e administrativas que evitem o vazamento de dados é, no mínimo, imprudente”, comenta Marcelo Tostes, sócio fundador do escritório.

Fonte: Valor Investe