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Desastres naturais provocaram perdas de US$ 232 bilhões em 2019

mercado - 24/01/2020

Relatório da corretora Aon revela que os 409 eventos de catástrofes naturais de 2019 resultaram em perdas econômicas de US $ 232 bilhões, 3% abaixo das perdas anuais médias deste século, mas 20% inferiores à década anterior.
Desse total, o setor privado e os programas de seguros patrocinados pelo governo cobriram US$ 71 bilhões do total – 6% acima da média do século, mas significativamente abaixo dos US$ 157 bilhões em 2017 e US$ 100 bilhões em 2018. Isso significa a lacuna de proteção, que é a parte das perdas econômicas não cobertas por seguros, foi de 69% em 2019 – a quinta mais baixa desde 2000.
Os 12 meses em análise geraram perda econômica de US$ 41 bilhões e eventos de perda segurada de US$ 12 bilhões, com os dois eventos de seguro mais caros, o Typhoon Hagibis e o Typhoon Faxai, ocorrendo no Japão e causando US$ 9 bilhões e US$ 6 bilhões em perdas seguradas, respectivamente.
O risco individual mais caro foi a inundação, que causou perdas econômicas globalmente de US$ 82 bilhões, precedido pelo ciclone tropical, com US$ 68 bilhões.
Do ponto de vista climático, 2019 foi o segundo ano mais quente já registrado para temperaturas terrestres e oceânicas desde 1851. Temperaturas recordes de 46°C foram observadas na França e 42,6C na Alemanha, enquanto o período de janeiro a maio foi o mais chuvoso em recorde nos Estados Unidos, com 399 mm de chuva.
Andy Marcell, CEO da Aon Resseguros, comentou: “Após dois anos consecutivos de desastres naturais em 2017 e 2018, houve várias catástrofes moderadamente grandes, mas uma forte capitalização permitiu que o setor de resseguros administrasse confortavelmente as perdas. No entanto, como os padrões socioeconômicos se combinam com fatores científicos, como mudança climática ou extrema variabilidade climática, os custos financeiros potenciais em jogo só aumentam, de modo que a construção de resiliência é fundamental“.
O período 2010-2019 marcou a década mais cara já registrada, com danos econômicos atingindo US$ 2,98 trilhões – cerca de US$ 1,1 trilhão a mais do que 2000-2009 e com a Ásia-Pacífico respondendo por 44%. Entidades de seguros públicos e privados pagaram US$ 845 bilhões durante a década, sendo os EUA responsáveis por 55%.
Steve Bowen, diretor e meteorologista da equipe de Previsão de impacto da Aon, comentou que a maior solução da última década de desastres naturais tenha sido o surgimento de perigos ‘secundários’ anteriormente considerados – como incêndios, enchentes e secas – se tornando muito mais caros. “Pesquisas científicas indicam que as mudanças climáticas continuarão afetando todos os tipos de fenômenos climáticos e subsequentemente afetarão áreas cada vez mais urbanizadas. Como os setores público e privado equilibram o entendimento da ciência com soluções de negócios inteligentes, isso levará a novos avanços que diminuem o risco físico e melhorar a conscientização geral“.

Fonte: Sonho Seguro - Denise Bueno