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Cinco prioridade para as seguradoras no pós-covid-19

mercado - 27/07/2020

Depois da pandemia de Covid-19, o mercado segurador terá um grande desafio, cujo objetivo será proporcionar tranquilidade aos consumidores e empresas. Demonstrar mais empatia e humanidade nesse novo cenário é o que irá fazer total diferença em meio à concorrência. Além de, claro, repensar as estratégias organizacionais para atender as novas demandas dos clientes.

O estudo “Seguros além da crise: cinco prioridades estratégicas para seguradoras em um mundo pós-Covid-19”, desenvolvido pela PWC Brasil, pode auxiliar CEO’s a entenderem essas estratégias e focarem em adequar suas seguradoras para que elas possam sair mais fortalecidas no novo normal.

“Muito se fala sobre o que as empresas devem fazer agora durante a pandemia, mas mais importante do que planejar o presente é pensar no futuro, por isso decidimos elaborar esse estudo. Queremos ajudar executivos para que encontrem os possíveis erros em seus planejamentos e que as seguradoras saiam melhor estruturadas da crise”, afirma Carlos Matta, sócio e líder do setor de seguros da PwC.

A primeira prioridade identificada pelo estudo é que as companhias terão de realinhar seus custos e aumentar sua produtividade para atender as demandas do cliente. Normalmente o primeiro impulso dos gestores é cortar custos discricionários e pausar ou interromper investimentos de capital. Entretanto, para poder ter mais efetividade no negócio é preciso haver uma visão mais ampla, de médio e longo prazo. Os recursos que permitirão conquistar participação de mercado, criar fluxos de receita ou simplificar negócios devem ser mantidos.

De acordo com o CEO da Mapfre Seguros, Luis Gutiérrez, “empresas estão identificando maior produtividade e engajamento de seus colaboradores mesmo num modelo de trabalho remoto não usual, onde familiares e atividades familiares e domésticas são conciliadas ao mesmo tempo. Observamos uma sociedade mais solidária e consciente de que tudo ao seu redor está interligado, e isso deve ser implementado e aproveitado pelas organizações”.

A segunda estratégia apontada pela pesquisa é que as seguradoras devem dar mais ênfase à transformação digital para criarem uma empresa mais tecnológica. Vendas por meios digitais, engajamento direto com o consumidor, assessoria automatizada, subscrição digital e processos automatizados de reclamação são apenas algumas das oportunidades que devem ser exploradas. Segundo Helder Molina, CEO da MAG Seguros, “os investimentos em tecnologia e inovação têm como foco desenvolver soluções para que os corretores e parceiros possam atender da melhor forma possível as demandas e anseios dos clientes, além de proporcionar uma nova experiência para o segurado. Por isso o setor segurador deve estar atento sobre tudo que diz respeito a tecnologia”.

Já a terceira estratégia considerada importante pelo estudo é a criação de novos fluxos de receita. Para conquistar novos mercados, já que irá haver mais competição entre empresas, as seguradoras precisam criar produtos que reflitam as necessidades que estão surgindo. Avaliar a estratégia para o ecossistema do negócio e pensar em como desenvolvê-la e otimizá-la pode ser um bom início.

A Bradesco Seguros está oferecendo uma série de ações de incentivo voltadas para linhas de negócio específicas, gerando proteção, potencializando os ganhos e organizando uma rede colaborativa e sustentável para ajudar corretores e outros parceiros. “Neste momento de transformação, buscamos lançar novos formatos de engajamento com os nossos parceiros comerciais para que eles continuem gerando negócios e conquistando o incremento nas suas receitas. Um exemplo desse trabalho é o desenvolvimento de uma série de lives, treinamentos virtuais e videoconferências para aprimorar o conhecimento dos corretores diante desse novo normal”, afirma Leonardo de Freitas, diretor da Organização de Vendas do Grupo.

A quarta estratégia prioritária para as seguradoras, segundo a publicação, é a preparação da força de trabalho para o novo mundo. A velocidade dos avanços tecnológicos já impulsionou uma forte demanda pelo aperfeiçoamento das competências digitais (upskilling). As exigências do mundo pós-crise devem acentuar essa tendência, por isso a importância de se investir em capacitação. “Não adianta investir em tecnologia se a mentalidade das pessoas da companhia não acompanhar a digitalização. Comparar os recursos atuais da empresa com seus objetivos é fundamental para elaborar e desenvolver um programa de capacitação que traga resultados”, diz Matta.

A MAG Seguros disponibilizou uma série de mais de 350 cursos na plataforma da MAG Universidade, como Comunicação em Vendas; Técnicas de negociação; Escuta ativa; e PNL aplicada à venda. Além disso, a companhia elaborou o PodCorretar, podcast que está disponível em todas as plataformas de streaming e que debate com especialistas assuntos de interesse do mercado. “Este tempo ganho tem sido utilizado para o próprio desenvolvimento. Por isso, estamos investindo muito em ofertas de novas capacitações e treinamentos online neste período”, afirma Molina.

Por último, mas não menos importante, é necessário que as seguradoras aumentem a eficiência dos seus capitais. Focar no impacto de longo prazo de diferentes aspectos sobre o gerenciamento de capital, como taxas de juros mais baixas, custos de hedge mais altos, maior volatilidade do mercado, inadimplência e impostos possivelmente mais altos pode fazer total diferença. “Dinheiro é caro e os CEO’s terão que fazer mais com menos assim que essa crise passar. Adaptar produtos, considerar fusões e aquisições e avaliar o desenho e o preço dos produtos, especialmente nos casos em que os retornos do investimento são mais bem estimados, pode ser a solução” ressalta Matta.

Fonte: Revista Apólice