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Contratação de crédito rural deve ser cada vez mais pulverizada

produto - 04/08/2020

Especialistas afirmam que desafio é apresentar projetos para tomada de recursos, já que produtores têm mais opções de financiamentos, como o mercado de capitais, operações de barter e fintechs

O mercado de crédito rural tende a ser mais pulverizado e oferecer diversas alternativas aos produtores. Essa situação deverá ser importante, também, para a contratação de seguros, segundo especialistas ouvidos nesta segunda-feira (3/8) no Congresso Brasileiro do Agronegócio.

“O agricultor tem tido acesso a financiamento.Tanto os financiadores tradicionais têm refeito a sua estratégia – o canal revenda tem ganhado importância – assim como o barter, e uma entrada ainda tímida das fintechs. Então, não há falta de financiamento”, afirmou o diretor de agronegócio do Itaú BBA, Pedro Fernandes.

Fernandes mencionou que, dos R$ 600 bilhões do estoque da dívida do agronegócio, menos de R$ 180 bilhões são decorrentes do crédito rural obrigatório. “Quando a gente pega a agricultura empresarial, menos de 20% dos recursos vem do crédito rural obrigatório. O nosso desafio como setor financeiro, produtivo e regulador é desenhar qual o paradigma que nós queremos trabalhar no financiamento da agricultura”, disse o executivo.

O diretor de Negócios Balcão, Commodities e Novos Negócios da B3, Fábio Zenaro, destacou que, de maneira geral, o cenário já era favorável para a captação de recursos antes da pandemia do coronavírus. Especificamente no caso do agro, que tem ajudado a reduzir o impacto da crise sobre a economia brasileira, o panorama ainda é positivo.

“O agronegócio, na crise, se destacou como um segmento sem muito problemas que outros enfrentam. Se a gente pegar o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que é muito específico do setor, só esse ano teve, até julho, R$ 8 bilhões emitidos”, afirmou Zenaro.

Fonte: Revista Globo Rural