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Frota de carros no Rio deve quase dobrar até Olimpíadas

automóveis - 26/04/2011

Uma boa notícia para os corretores de seguros do ramo de automóveis: a frota de veículos no estado do Rio deverá quase dobrar, saindo dos atuais 1,8 milhão para 3 milhões até as Olimpíada de 2016, com uma média de um carro para cada dois moradores. Porém, o preço a pagar será alto: a cidade deverá bater recordes de engarrafamentos, que praticamente vão durar o dia todo, atingindo um número maior de ruas e avenidas.

É o que informa estudo do Programa de Engenharia de Transportes da Coordenadoria de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ). A projeção feita pela equipe coordenada pelo professor Paulo Cezar Ribeiro toma como base o crescimento da frota verificado nos dez últimos anos. Em 2001, a frota na cidade era 1,3 milhão de automóveis, 500 mil carros a menos do que atualmente. “Os congestionamentos serão mais extensos, começando antes e terminando depois, e vão abranger um maior número de ruas. Isso é inevitável”, afirmou Ribeiro, que alertou para a falta de planejamento de longo prazo, em períodos que vão além dos mandatos dos governantes.

O especialista destaca que muito do que existe no Rio em avenidas expressas, túneis e elevados foi projetado ou construído há mais de 40 anos, ainda na época de Carlos Lacerda, que governou o antigo estado da Guanabara de 1960 a 1965. Portanto, se não forem executados melhoramentos viários agora, a situação chegará a um nível crítico em um futuro próximo. “Se a frota continuar aumentando com a taxa dos últimos dez anos, vão se agravar ainda mais os congestionamentos. Os governantes vão ter que investir em transporte público de qualidade, como metrô, trem e BRT (ônibus em corredores expressos), mas melhorar também o sistema viário, porque as pessoas vão continuar a andar em transporte particular.”

O estudo da Coppe constata que, nos últimos anos, a frota de carros dos municípios do Rio e de Niterói cresceu em média 28%. Houve casos ainda mais significativos, como Nova Iguaçu e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com taxa de crescimento de 38%, e Campos dos Goytacazes (43%), no norte do estado. Segundo a Coppe, o Rio já está próximo de índices de carros por habitantes verificados na Europa, de 500 automóveis por mil habitantes, mas ainda distante das taxas dos Estados Unidos, de 900 por mil.

No Brasil, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), circulam 64 milhões de veículos, o que dá uma taxa de 315 veículos por mil habitantes. Em 2020, segundo os cálculos da Coppe, haverá um aumento aproximado de 50%, chegando a 95 milhões de veículos em todo o País.

Fonte: Viver Seguro