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Seguradoras ampliam áreas de cobertura no seguro rural

produto - 30/06/2021

O seguro agrícola é um dos ramos de maior crescimento do mercado segurador. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2020, o Programa de Seguro Rural (PSR) resultou na contratação de aproximadamente 193 mil apólices, atendendo 105 mil agricultores, o que representou uma área segurada de 13,7 milhões de hectares e um valor segurado da ordem de R$ 45,7 bilhões.

O valor médio do subsídio utilizado pelo produtor foi de 35%, com volume total de seguro rural de R$ 3 bilhões, alta de 36%. As indenizações também avançaram. As seguradoras pagaram em 2020 mais de R$ 2,46 bilhões, em comparação a R$ 1,9 bilhão de 2019.

Os executivos estão animados com uso da tecnologia, que durante a pandemia foi acelerado. É o caso da Newe Seguros. “Antes, as companhias tinham de estar direto no campo para verificar o comportamento da safra, com estimativas por amostragem. Agora tudo é feito com uso de inteligência artificial e análise de dados”, afirma o vice-presidente da seguradora, Rodrigo Motroni. Além disso, ter peritos exclusivos e corretores parceiros no campo, segundo ele, tem sustentado crescimento de 50% em número de apólices nos últimos três anos. Neste ano, até abril, foram contabilizadas 9,8 mil apólices. “Devemos fechar 2021 perto de 20 mil”, afirma.

Para Fábio Damasceno, diretor da área de agronegócio da seguradora Fairfax Brasil, o produtor passou a entender melhor o valor agregado do serviço que é prestado. “Diante da seca que estamos enfrentando, a tecnologia nos ajuda a ter um processo de sinistro ágil e transparente, o que nos proporcionou crescimento de 241% em 2020, com prêmios de R$ 155 milhões”, comenta.

A BrasilSeg, líder em seguro rural, com 42% do valor segurado dentro do PSR em 2020, prevê saltar de 18 culturas em seu portfólio para 33 neste ano, segundo Paulo Hora, superintendente de seguros rurais. “Este salto é possível porque temos ferramentas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, que dão à seguradora e aos agricultores mais precisão na análise e cálculo de riscos, gerando uma proteção mais assertiva”, afirma.

Joaquim Neto, superintendente de produtos agro na Tokio Marine, afirma que o investimento das seguradoras em melhorar o processo de subscrição e indenização fez o seguro rural assumir um importante papel no planejamento do agricultor. “Em caso de perdas por eventos climáticos, por consequência, o retorno dos lucros pode demorar até três anos. Com o seguro, o pagamento é feito em até 30 dias.” A seguradora japonesa atua com mais de 70 culturas, como grãos, frutas, hortaliças, cana-de-açúcar, café, entre outros.

A Mapfre tem participado de projetos-piloto com o Mapa. “Destinamos cerca de R$ 50 milhões para a contratação de apólices de grãos no Norte e Nordeste, pensando que o plantio nestas regiões ocorre mais tardiamente. Também serão alocados R$ 50 milhões para a segunda edição do projeto-piloto voltado exclusivamente aos produtores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar”, conta a superintendente de seguros agrícolas Catia Rucco Rivelles.

O paramétrico, que ainda não decolou no Brasil, ganha uma novidade: subsídios. O tema está em estudo, mas a expectativa do Mapa e das seguradoras, principalmente as estrangeiras, é grande. Esse produto é baseado em algum índice climático, como precipitação, dias secos, temperatura, que se relacionam ao potencial de perda ou redução de produtividade da cultura.

A Essor Seguros inovou ao lançar, em parceria com a Agrobrasil e os resseguradores Scor e IRB Brasil Re, o seguro de pastagem, que é um seguro paramétrico que visa cobrir prejuízos em função de baixa produção forrageira que serve de alimento para o gado. “Este seguro é passível de subsídio, e consideramos que as alternativas paramétricas subsidiadas são uma ótima alternativa para o crescimento do seguro rural como um todo”, aposta o CEO, Fabio Pinho.

Fonte: valor econômico