Notícias

IRB apresenta lucro de R$ 101,7 milhões no acumulado até setembro

empresas - 12/11/2021

O IRB Brasil RE divulgou, nesta quinta-feira (11/11), seus resultados referentes ao terceiro trimestre (3T21) e aos nove primeiros meses de 2021. O ressegurador apurou lucro líquido recorrente de R$ 101,7 milhões no resultado acumulado até setembro, comparado ao prejuízo de R$ 568,4 milhões no mesmo período de 2020. Já no resultado contábil, que incorpora os impactos dos negócios descontinuados e de despesas não recorrentes, houve redução de 62,8% no prejuízo líquido, que foi de R$ 311,8 milhões contra R$ 837,3 milhões nos nove primeiros meses do ano passado.

No terceiro trimestre, o IRB registrou lucro líquido de R$ 44,5 milhões na visão recorrente e prejuízo de R$ 155,7 milhões na visão contábil, esse último 27,8% menor do que no mesmo trimestre de 2020.

O resultado líquido contábil da companhia no 3T21 foi negativamente impactado pelos negócios descontinuados (em run-off), com efeito total negativo de R$ 329,5 milhões, dos quais R$ 219,4 milhões decorrentes da cauda de contrato descontinuado do segmento de Vida no exterior.

Esse impacto foi parcialmente compensado por efeitos não recorrentes (one-offs) de R$ 129,3 milhões, principalmente devido ao ganho de ação judicial referente ao PIS/Pasep. “Os números mostram recuperação e melhora da companhia. O IRB trabalha fortemente para ter processos bem estruturados, governança forte e estratégia de longo prazo, além de ter revisado toda sua carteira de subscrição para torná-la rentável e sustentável. Nosso objetivo é crescer com rentabilidade, usando nossos diferenciais competitivos para alavancar nossa participação no mercado local”, afirma o CEO do IRB Brasil RE, Raphael de Carvalho.

Sinistralidade

No terceiro trimestre, o sinistro retido total foi de R$ 1,9 bilhão, uma elevação de 33,9% ante o mesmo período em 2020.

A alta é reflexo da elevação das provisões de sinistros a liquidar, que cresceram por conta do reconhecimento de sinistro de contrato descontinuado (run-off) no segmento de Vida no exterior, no montante de R$ 219,4 milhões.

Excluindo os sinistros dos negócios descontinuados, que totalizaram R$ 349,2 milhões, o índice de sinistralidade do terceiro trimestre foi de 99,6%. “Vale ressaltar que, na comparação dos trimestres, o índice de sinistralidade foi impactado pela cauda dos contratos descontinuados. Na visão recorrente, registramos sinistros nos segmentos patrimonial, de riscos especiais e aviação, decorrentes de Contratos Facultativos, cuja cobertura dos riscos faz parte de nosso negócio e cuja sinistralidade está em linha com o mercado de seguros e resseguros, que no terceiro trimestre teve queda no desempenho em termos gerais”, analisa Wilson Toneto, Vice Presidente Técnico e de Operações do IRB Brasil RE.

Prêmio emitido

Em linha com a estratégia de revisão do portifólio e de foco no mercado local, a participação dos prêmios emitidos no Brasil aumentou de 51% nos nove primeiros meses de 2020 para 61%, no mesmo período, em 2021.

De julho a setembro, o volume total de prêmios emitidos pelo IRB Brasil RE apresentou uma redução de 12,4% em relação ao terceiro trrimestre de 2020, totalizando R$ 2,6 bilhões.

Já o prêmio emitido no Brasil somou R$ 1,79 bilhão, praticamente estável ante igual período de 2020.

Destacam-se as linhas de Rural, com alta de 70,3%, e Vida, com 38,1%. O prêmio emitido no exterior, por sua vez, totalizou R$ 814,2 milhões no 3T21, o que representou uma redução de 30,2% em relação ao 3T20.

Nos nove meses de 2021, o volume total de prêmio emitido recuou 10,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 6,69 bilhões.

No acumulado do ano, o prêmio emitido no Brasil totalizou R$ 4 bilhões, o que representou um incremento de 5,8%, refletindo alta em Vida (+43,1%) e Rural (+28,5%).

O prêmio emitido no exterior foi de R$ 2,6 bilhões, com uma queda de 28,5% em relação aos nove meses de 2020. No entanto, graças ao menor volume de retrocessões em 2021, o prêmio ganho registrou crescimento tanto na comparação trimestral como no acumulado do ano.

No terceiro trimestre, o prêmio ganho alcançou R$ 1,67 bilhão, 8,1% acima do 3T20, enquanto nos nove primeiros meses o prêmio ganho foi de R$ 4.857,0 milhões, 1,7% maior do que em 2020.

Caixa operacional

O IRB Brasil RE apresentou geração de caixa operacional positiva pelo quinto trimestre consecutivo. Neste terceiro trimestre, a geração de R$ 604,8 milhões é 332% superior aos R$ 140 milhões gerados no 3T20.

De janeiro a setembro, a geração de caixa operacional totalizou R$ 1,1 bilhão. “Vale destacar que os resultados e a geração de caixa têm que convergir no longo prazo. No passado o IRB dava resultados positivos e queimava caixa. Desde a reestruturação, em contrapartida, viemos pagando essa diferença com resultados contábeis que ainda estão negativos, mas a geração de caixa positiva indica que estamos avançando no caminho certo”, avalia Willy Jordan, Vice Presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Companhia.

Solvência e enquadramento regulatório

O IRB Brasil RE registrou, no fim do terceiro trimestre, excesso de capital regulatório de R$ 647,2 milhões. Isso equivale a um índice de solvência regulatória de 143% (patrimônio líquido ajustado vs. capital de risco total), ao mesmo tempo em que o índice de solvência total da empresa (geralmente utilizado em outros países) alcançou o patamar de 264% (patrimônio líquido vs. capital de risco total).

A companhia encerrou o trimestre com suficiência no enquadramento regulatório de R$ 43 milhões. Excluindo-se a margem adicional de 20% sobre o capital de risco, a suficiência de ativos elegíveis para garantia das provisões técnicas ficou em R$ 347,4 milhões.

Perspectivas

“No quarto trimestre nosso foco será direcionado a voltar a crescer com rentabilidade. Acreditamos que alguns vetores influenciarão positivamente essa trajetória, sobretudo em 2022, como por exemplo projetos de infraestrutura, concessões e a contínua retomada do emprego. Esperamos também impacto positivo na rentabilidade financeira com o novo cenário de juros e o arrefecimento dos efeitos dos negócios em run-off”, analisa Raphael de Carvalho.

Fonte: IRB Brasil Re