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Alexandre Camillo na Susep foi acerto para o setor de seguros

artigo - 25/04/2022

Durante os primeiros anos do atual governo, o setor de seguros pagou seus pecados nas mãos da superintendente nomeada para a Superintendência de Seguros Privados (Susep). Além de não entender de seguros e de não conhecer o setor, ela era arrogante, prepotente e estava disposta a encantar o ministro da Economia com ações radicais, a maioria prejudicial à sociedade e ao setor, como foi a intervenção no DPVAT, o seguro obrigatório de veículos.

O resultado é que a sociedade perdeu o único arrimo para as vítimas de acidentes de trânsito, a maioria pessoas pobres; o SUS perdeu perto de R$ 3 bilhões por ano, como se a saúde pública nadasse em dinheiro; e o setor de seguros foi acusado de estar se apropriando de recursos públicos, quando, de verdade, o seguro obrigatório era privado, mas integralmente regulamentado pela Susep.

Depois disso, vieram outras ações que não acrescentaram nada ao mercado, até que, no final do ano passado, ela foi demitida e o governo nomeou um novo superintendente. Agora, um nome com mais de trinta anos de mercado, como securitário e corretor de seguros, competente, correto, transparente e disposto a apaziguar e reorganizar o setor.

A chegada de Alexandre Camillo na Susep, em novembro de 2021, foi comemorada por todos os interessados na atividade. Em princípio, era o nome certo, na hora certa e para o lugar certo. Passados cinco meses da sua posse, ninguém mais tem dúvida do acerto de sua indicação.

E para quem não sabia exatamente o que estava acontecendo, no dia 18 de abril ele e seus quatro diretores, numa ação pouco usual na administração pública brasileira, vieram a São Paulo participar de um encontro promovido pelos sindicatos dos corretores de seguros e das seguradoras do Estado para apresentar suas realizações e seus planos para o futuro.

Inicialmente, Camillo introduziu seus quatro diretores, explicando quais as áreas que cada um deles assumiu na Susep. Depois, deu a palavra aos quatro, para finalizar com uma palestra lúcida, clara e objetiva, analisando os desafios do seguro no mundo e expondo os principais pontos fortes e fracos do setor no Brasil. Ele encerrou elencando o que a Susep fez nesses cinco meses e quais são os próximos passos da autarquia.

Com coragem, ele abordou os temas do momento, inclusive o open insurance, deixando claras as dificuldades envolvidas e as posições que irá adotar. Mas o principal de sua fala foi a reiteração do que disse na sua posse. Sua missão precípua é dar paz e estabilidade para a atividade, restabelecendo o diálogo entre os todos players direta e indiretamente envolvidos, tanto do lado do governo como da iniciativa privada.

Se Alexandre Camillo apenas reabrisse os canais de comunicação, já teria feito muito, mas ele quer mais. Quer reorganizar relações que foram distorcidas, dar segurança jurídica e criar condições para o desenvolvimento de um segmento fundamental para a proteção do patrimônio nacional. É nosso dever auxiliá-lo.

Fonte: Antonio Penteado Mendonça - O Estado de São Paulo