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Eventos climáticos causaram perdas de mais de US$ 500 bi

clima - 29/09/2023

Os desastres climáticos estão se tornando mais frequentes, cada vez mais intensos e menos previsíveis, afirmou a diretora-geral da Climate Policy Initiative, Barbara Buchner. A especialista participou da Fides 2023, conferência interncontinental de seguros. 'Toda essa mudança climática leva a consquências econômicas significativas', avaliou.

Segundo a especialista, os eventos climáticos causaram perdas de mais de US$ 500 bilhões no ano passado. Buchner também afirmou qu 50% dessas perdas não são seguradas. E, em países de baixa renda, o percentual sobe para 80%. Na visão de Buchner, 'cabe ao setor de seguros lidar com a questão de riscos climáticos e transferir esses riscos'. Essa ação do setor 'traz apoio ao crescimento econômico, não apenas pelo ressarcimento das perdas, mas também por meio de mitigação e na prevenção dos efeitos das catástrofes'.

A especialista citou o exemplo do Brasil de como o setor segurador pode se tornar mais relevante como agente de mitigação de riscos. 'No Brasil, 80% da área agrícola não são seguradas e sabemos o quanto a agricultura está vulneravel à mudança climática. Vimos grandes sec em 2021 e 2022 que levaram a pagamentos de indenizações altíssimas. Além disso, o país enfrentou eventos catastróficos como enchente com prejuízos de mais de US$ 1,3 bilhão e mais de 300 óbitos.'

Para a chefe global de energia sustentável da Howden Specialty, Debora Duss, 'com a questão da transição energética e novas tencologias fundamental que as seguradoras participem das mesas de debates, quando se fala de financimentos e negociações de contratos porque o setor é capaz de mapear riscos e tem grande experiência em como lidar com catástrofes'.

Para a diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade, Maria Netto, 'o seguro tem papel muito importante em termos de ajudar a evitar os impactos de um evento catastrófico, além de promover maior resiliência a esses eventos'. A especialista afirmou ser necessário haver um diálogo entre os setores público e privado 'para parametrizar riscos e entender até onde os seguros cobrem [danos de desastres] e quando govenro tem de cobrir o que o seguro não puder'.

De acordo com Netto, 'a cobertura de seguros é muito baixa na América Latina, em geral, e o fato de a maior aprte das pessoas não ter cobertura de seguros resulta em que a maiora dos eventos, quando coorrem, tem um custo muito mais alto'.

Fonte: Valor Econômico