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Companhia de seguros não é banco

internacional - 30/05/2011

Os membros da Associação de Genebra (80 presidentes dos mais importantes grupos seguradores do mundo) andam aflitos com o risco real de que, em um esforço para cumprir o prazo curto do G-20, saia uma regulação “inapropriada e inadequada” imposta à indústria de seguros. “As principais atividades de seguros não constituem uma fonte de risco sistêmico para o sistema financeiro e econômico e nenhuma delas jamais desencadeou uma crise financeira sistêmica”, desabafou o presidente da Associação de Genebra e presidente do Conselho de Administração da Munich Re, Nikolaus von Bomhard, ao participar da Assembleia Geral da entidade, quarta-feira última, no Rio de Janeiro.

Os seguradores reunidos em torno da associação não estão só aflitos, mas também descontentes com a condução dos processos regulatórios internacionais para conter o risco sistêmico provocado pelo sistema financeiro. Na pesquisa que a entidade divulgou sobre o assunto, feita junto a seus associados, um dos pesquisados declarou que “uma preocupação específica é a imposição de padrões de solvência e de capital do setor bancário ao de seguros, que não refletem os riscos reais das operações de seguros e impõem às seguradoras restrições de capital desnecessárias. Isto teria um efeito cascata prejudicial sobre todas as partes do negócio”.

A indústria de seguros, na visão da associação, tem expressado repetidamente sua preocupação com a aplicação de metodologias de regulação bancária na indústria de seguros. O refrão “companhia de seguros não é banco” tem sido constantemente usado pela indústria nas discussões em andamento. Mas parece que ainda não surtiu efeito.

“O curso atual dos esforços regulatórios internacionais no sentido de conter o risco sistêmico ainda não levou em consideração as especificidades da indústria de seguros e haverá consequências, não apenas para os nossos negócios, mas também para os segurados e para a economia em geral”, declarou o diretor-gerente da Associação de Genebra, Patrick M. Liedtke.

Fonte: seguros.inf.br