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Novos aportes podem minar saúde das seguradoras europeias

solvência - 02/06/2011

Os aportes de capitais e custos indiretos exigidos das seguradoras da União Europeia para cumprir os requisitos da Solvência II serão mais impactantes que os prejuízos decorrentes de terremotos e furações. A advertência é do chairman e presidente da AIDA Europa, Colin Croly, ao apontar os efeitos nocivos provocados pelo aumento das garantias da Solvência II. Ele fez as considerações finais da III Conferência da AIDA Europeia, evento de dois dias ocorrido em Amsterdam, na Holanda, na semana passada. Esta conferência reuniu advogados especializados em seguros de 31 países para discutir temas estratégicos ou sensíveis da indústria e juridicamente relevantes.

As companhias de seguros da União Europeia têm, até janeiro de 2013, para adaptar-se às determinações da Solvência II, cujas regras foram aprovadas pelo Parlamento Europeu para dar mais proteção aos segurados, a partir de nova equação entre capital exigido e riscos assumidos pelas seguradoras.

Líderes das seguradoras pedem prazos maiores para cumprir a Solvência II, tendo em vista que muitas ainda se recuperam dos impactos da crise financeira mundial de 2008. No encontro, ficou claro a insurgência dos especialistas contra exigências de reservas de capitais para seguradoras similares às dos bancos, ainda que a natureza do risco seja diferente entre as duas atividades. O consenso dos especialistas é que as exigências da Solvência II poderão colocar em risco a sobrevivência das pequenas e médias seguradoras da União Europeia e, em consequência, provocar uma abrupta concentração da atividade no continente europeu.

O encontro da Holanda reuniu cerca de 240 participantes de vários continentes. As representantes brasileiras na III Conferência Europeia foram a superintendente jurídica da CNSeg e diretora da AIDA Brasil, Glória Faria, e a advogada Deborah Sperotto. Além da Solvência II, outros temas que mobilizaram a atenção dos grupos de trabalho do workshop foram o seguro de Responsabilidade Civil, Mudanças Climáticas, Seguro de Crédito, Resseguro, supervisão estatal do setor e, entre os tópicos mais específicos, a questão da confidencialidade dos dados nas disputas arbitrais.

Fonte: Viver Seguro